Notícias | 29 agosto, 2025

Simulado no Amapá transcorreu sem intercorrências, diz Magda

De acordo com o Ibama, detalhes do cenário utilizado durante a Avaliação Pré-Operacional (APO) não serão divulgados até a conclusão do relatório a ser elaborado pelos técnicos do instituto, o qual não tem previsão de data para ser publicado

Por Ana Luisa Egues

A Avaliação Pré-Operacional (APO) – que tem como objetivo avaliar a eficácia do plano de emergência da Petrobras para a atividade de perfuração no bloco FZA-M-59, na Bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial Brasileira – transcorreu sem intercorrências, informou Magda Chambriard, presidente da Petrobras, em publicação feita no final de quarta-feira (27). A simulação foi realizada em conjunto com o Ibama das 18h10 de domingo (24) até às 16h25 de quarta-feira (27).

Mais de 400 pessoas foram envolvidas nos quatro dias de realização do exercício. A estrutura da APO contou com a sonda (a NS-42, também conhecida como ODN II, da Foresea) posicionada na localização do poço, o Centro de Fauna construído em Oiapoque (AP), 6 embarcações de contenção e recolhimento de óleo, 6 embarcações para monitoramento, resgate e atendimento à fauna e 3 aeronaves, segundo a Petrobras. Agora, a estatal aguarda a manifestação do Ibama sobre os próximos passos.

Conforme publicado pela Brasil Energia, as equipes do instituto estão sendo desmobilizadas e a previsão é que, nos próximos dias, seja iniciada a análise dos resultados dos diversos postos de observação da avaliação. Somente após a conclusão dessa análise, será elaborado um relatório técnico sobre a exequibilidade (ou não) do Plano de Emergência Individual (PEI) proposto pela Petrobras.

Detalhes do cenário utilizado durante a APO não serão divulgados até a conclusão do relatório a ser elaborado pelos técnicos do instituto, o qual não tem previsão de data para ser publicado. “Informamos, ainda, que as modelagens utilizadas durante todo o processo de licenciamento ambiental demonstraram não haver previsão de toque de óleo na costa brasileira. Portanto, esse não foi objeto de avaliação desse simulado”, afirmou o Ibama, em resposta à reportagem.

A Petrobras já havia afirmado que não haveria simulação de toque de óleo na costa. De acordo com a estatal, “em todas as modelagens nos estudos de correntes das marés realizados é descartada a possibilidade de chegada do óleo em terra no caso de uma ocorrência”.

Histórico do pedido de licenciamento

A estatal pretende perfurar o poço Morpho em lâmina d’água de 2,8 mil m e a 175 km da costa do Amapá, com o objetivo de verificar a existência ou não de jazida petrolífera na Margem Equatorial. Em comunicado divulgado em 2023, após a negação da emissão da licença pelo Ibama, a Petrobras afirmou que pleiteou apenas a licença para atividade de perfuração do poço – ou seja, em caso de confirmação do potencial da reserva, outro processo de licenciamento será realizado.

O processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M-59 foi iniciado em 4 de abril de 2014, a pedido da bp, empresa originalmente responsável pelo projeto. A TotalEnergies, que operava outros cinco blocos na bacia, também tentou e não conseguiu. Em 2020, a Petrobras adquiriu as participações da companhia francesa e está, desde então, tentando conseguir a aprovação do Ibama para perfurar um poço exploratório no FZA-M-59.

Fonte: Brasil Energia