Notícias | 15 agosto, 2025
EUA questionam estrutura ‘Net-Zero’ da IMO

Governo Trump declarou que Estados Unidos não aceitarão nenhum acordo ambiental internacional que onere ‘indevida ou injustamente’ o país ou prejudique interesses do povo americano.
O governo dos Estados Unidos questionou publicamente a estrutura ‘Net-Zero Framework’ da Organização Marítima Internacional (IMO), a qual considera, na prática, um imposto global sobre o carbono cobrado dos americanos por uma organização das Nações Unidas que não possui prestação de contas. Uma declaração conjunta assinada por quatro secretários de estado, divulgada na última terça-feira (12), afirma que os EUA não aceitarão nenhum acordo ambiental internacional que onere ‘indevida ou injustamente’ o país ou prejudique os interesses do povo americano.
O posicionamento se deu às vésperas da sessão extraordinária do Comitê de Proteção do Meio Ambiente Marinho da Organização Marítima Internacional (MEPC/ES.2), que está marcada para ocorrer entre os próximos dias 14 e 17 de outubro. Será o desdobramento do MEPC 83 que, em abril deste ano, aprovou uma minuta que estabelece a estrutura para emissões líquidas zero (IMO Net-Zero Framework) e a criação de um sistema global de precificação de emissões no transporte marítimo. A plataforma tem como objetivo reduzir as emissões globais de gases de efeito estufa (GEE) do transporte marítimo internacional.
A administração Trump alega que os novos padrões de combustíveis marítimos beneficiaram, convenientemente, a China devido às exigências de uso de insumos caros e indisponíveis em escala global. De acordo com a declaração, esses padrões também impediriam o uso de tecnologias comprovadas que abastecem a frota de transporte marítimo mundial, incluindo opções de emissões mais baixas onde a indústria dos EUA lidera, como gás natural liquefeito (GNL) e biocombustíveis.
O posicionamento traz o argumento de que os navios que estiverem sob esta estrutura ‘Net-Zero’ terão que pagar taxas por descumprir padrões de combustível e metas de emissões ‘inatingíveis’. Segundo a nota, essas taxas vão elevar os custos da energia, do transporte, bem como o segmento de cruzeiros de lazer. Os secretários estimam que, mesmo embarcações de menor porte, devem ser taxadas em milhões de dólares, aumentando diretamente os custos para os consumidores americanos.
A “Declaração conjunta sobre a proteção do setor marítimo e dos consumidores americanos para derrotar a estrutura Net-Zero da IMO, também conhecido como Taxa Global de Carbono” é assinada pelo secretário de estado, Marco Rubio, pelo secretário de comércio, Howard Lutnick, pelo secretário de energia, Chris Wright, e pelo secretário de transportes Sean Duffy.
O documento enfatiza que o governo dos EUA rejeita inequivocamente esta proposta perante a IMO e que não vai tolerar qualquer ação que aumente os custos para cidadãos do país, bem como fornecedores de energia, companhias de navegação e seus clientes, ou turistas. “Vamos lutar duro para proteger o povo americano e seus interesses econômicos. Nossos colegas membros da IMO devem estar cientes de que nós buscaremos o apoio deles contra esta ação e não vamos hesitar em retaliar ou explorar soluções para nossos cidadãos caso essa iniciativa fracasse”, encerra a declaração.
Fonte: Portos e Navios