Notícias | 13 agosto, 2025
Empresa de construção naval da China registra lucro recorde no 1º semestre

A indústria de construção naval chinesa Yangzijiang Shipbuilding, maior empresa de capital privado do setor na China, anunciou que teve lucro recorde de 580 milhões de dólares no primeiro semestre de 2025, com aumento de 37% em relação ao ano anterior. Além do desempenho em seus próprios estaleiros, o resultado foi elevado por operações em joint ventures com as japonesas Zhoushan Tsuneishi Shipbuilding e a Yangzi Mitsui Shipbuilding, que contribuíram com 67 milhões de dólares.
Apesar do lucro, segundo a companhia, sua receita caiu ligeiramente na comparação com o mesmo período do ano passado. A justificativa para a queda no faturamento foi a menor participação de navios porta-contêineres entre as encomendas recebidas de janeiro a junho de 2025. Mas, de acordo com a Yangzijiang, essa redução foi compensada, em parte, por mais pedidos de porta-contêneires de combustível duplo, com tecnologia mais cara e e margem maior para o estaleiro. A empresa informou ainda que atualmente as embarcações com essa característica representam 75% das encomenda que recebe.
Mesmo com os bons resultados, a empresa adiantou que tem recebido menos encomendas do que o esperado. No primeiro semestre de 2025, por exemplo, foram 14 novos pedidos, com valores totais de 540 milhões de dólares, que representaram menos de 10% da meta estipulada para o ano todo no planejamento inicial. Mas a construtora naval chinesa garante que a perspectiva para o ano ainda é boa, já que detém mais de dois bilhões de dólares em cartas de intenção.
A Yangzijiang informou que sua carteira total de pedidos é de 236 navios, no valor total de 23 bilhões dólares, o que lhe dá margem de longa duração em praticamente qualquer mercado, mas avalia a desaceleração como uma mudança em comparação com o boom do ano passado. E debita isso ao anúncio pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que aumentaria as taxas portuárias cobradas sobre operações com embarcações construídas na China.
Essa ameaça, explica a empresa, está levando armadores a buscar construtores navais fora da China. Além disso, a indefinição sobre o comércio internacional criada pelo anúncio de elevação das tarifas de importação cobradas pelos Estados Unidos está levando empresas de navegação a repensar seus planos e adiar pedidos.
A Yangzijiang iniciou em fevereiro a construção de um novo estaleiro, o Yangzi Hongyuan, mas, por causa das indefinições no mercado internacional, arquivou um plano para um outro, o Jiangsu Yangzi Runze Shipbuilding, que ficaria próximo às instalações existentes da Yangzi Mitsui Shipbuilding JV. Essa pausa foi um dos primeiros sinas de que pode haver desaceleração da construção naval chinesa, que desde 2023 apresentava forte demanda com a retomada da produção em plantas que haviam sido fechadas por causa da crise da construção naval na década de 2010.
Fonte: Portos e Navios