Notícias | 21 novembro, 2024

Descarbonização eficiente exigirá mudanças estruturais e novos mecanismos financeiros

Especialistas discutiram integração de modais, descarbonização e novos modelos financeiros no 1º Encontro Anual da Aliança Brasileira para Descarbonização de Portos

A transição energética no setor portuário brasileiro exige mudanças estruturais e novos mecanismos financeiros para viabilizar a descarbonização de forma eficiente. O superintendente de governança e estratégia da Infra S.A, Rodrigo Lemos, disse, nesta segunda-feira (18), que instrumentos como debêntures incentivadas e a destinação de receitas de concessões para projetos ambientais podem repartir os custos da sustentabilidade entre empresas, usuários e sociedade, acelerando a implementação de mudanças.

“É importante criar mecanismos que permitam uma transição gradual para a sustentabilidade. Nesse sentido, a Infra S.A. tem conduzido estudos e implementado análises para orientar as mudanças necessárias”, destacou Rodrigo Lemos no 1º Encontro Anual da Aliança Brasileira para Descarbonização de Portos (ABDP). Ele acrescentou que, no setor portuário, assim como nos modais rodoviário e ferroviário, a intermodalidade surge como uma estratégia essencial para reduzir emissões, integrando hidrovias, rodovias e ferrovias de maneira mais eficiente. O evento reuniu especialistas, gestores e formuladores de políticas para debater ações concretas e estratégias de inovação para reduzir emissões no setor portuário e de transporte marítimo.

O almirante Ilques Barbosa, ex-comandante da Marinha do Brasil, abordou a relevância estratégica dos oceanos e do transporte marítimo para a agenda climática global. “Com 75% do planeta coberto por oceanos, a sustentabilidade depende diretamente de ações que descarbonizem o transporte marítimo, responsável por movimentar mais de 70 mil embarcações no mundo”, afirmou. Barbosa também enfatizou a necessidade de modernização de legislações nacionais, como o Código Comercial e o Registro Especial Brasileiro (REB), para incluir diretrizes de sustentabilidade e impulsionar mudanças na matriz energética.

Tanto Barbosa quanto Lemos convergiram sobre o papel do Brasil como protagonista global na preservação ambiental. A integração entre rodovias, ferrovias e hidrovias, bem como o estímulo ao uso de combustíveis de baixo carbono, foram apontados como estratégias prioritárias para alinhar o país às metas internacionais de descarbonização, reduzindo emissões e promovendo um futuro mais sustentável.

 

Fonte: Revista Portos e Navios